segunda-feira, outubro 30, 2006

Música

Hoje tive que fazer um exercício engraçado. Ouvia uma música e depois tinha que escrever o que quer que fosse acerca dessa música, o que me viesse ao pensamento.
A música era a Estrela do Mar, do Jorge Palma. Linda música que fez despertar em mim emoções passadas.
O meu mais longo sonho de Verão despertou e a minha imaginação correu, mais uma vez, mundos sem fim.
A vontade de voltar é enorme. Penso que nunca foi tão grande. Naquela altura tudo era simples, fácil. Nestas últimas semanas o tempo parece que custa a passar e só apetece vir para casa, deitar-me na cama e desligar a cabeça para não pensar, apenas sonhar. Não me importava que a minha vida fosse feita à base de sonhos!


Esta música despertou o meu lado mais secreto. Qualquer outra música poderia ser aplicada noutra altura da minha vida. Todas as músicas, ouvidas com atenção, se conseguem ligar a episódios da nossa vida. É preciso é deixá-las entrar.

sábado, outubro 21, 2006

Continuar

Os últimos dias foram essenciais.
Foi como se tivesse acordado para a vida real. Saí do meu mundo e vaguei pela realidade para descobrir a normalidade das coisas.
Não ouvi as palavras que queria, mas na minha cabeça continuava tudo igual.
Mas agora, já sei que posso seguir em frente, sem remorsos.
Dentro de mim eu quero dar uma volta de 180º graus. Sinto-me totalmente preparada para isso. Já mudei, hoje notei que sim. Vamos esperar para ver nos próximos dias.

quarta-feira, outubro 11, 2006

coNtradiçÃO

Hoje fiz aquilo que já queria fazer há algum tempo. Arrependi-me, de certa forma. Mas em todos os dias até hoje eu vivi um arrependimento constante. No fundo queria mas não queria, não queria mas queria!
Agora só me apetece estar a desejar o impossível, basear a minha vida vivida num sonho. Curiosamente, isso era tudo o que eu menos queria na altura em isso acontecia. O que me está a provocar a minha dor recente foi o que me salvou da minha dor passada!
Depois de tudo, eu só desejava que a atenção não se centrasse naquelas palavras que foram tão custosas a sair, só queria que aquilo permanecesse para sempre na mente!
Ontem eu imaginava dois cenários possíveis, na minha cabeça. Os dois eram totalmente opostos, um que me fazia feliz, o outro que me deprimia. O meu mundo, aquele no qual só eu existo verdadeiramente e tudo o resto é imaginado, vai de um extremo ao outro, mas a minha visão nunca pára no meio dos dois extremos. No meu mundo eu só vejo o 8 ou o 80, o bom ou o seu contrário.
Dói quando é a parte má que ganha....

terça-feira, outubro 10, 2006

Sabes como é que eu me estou a sentir neste momento? Sabes o quão podre me estou a sentir agora? Não é o corpo, apesar dele também se estar a ressentir, mas sim a mente, o espírito. Estou a morrer por dentro, o que é incompreensível depois deste dia magnífico que eu passei. Sinto-me tão mal por ter estes momentos, por não me conseguir controlar, por não conseguir agarrar as coisas boas e simplesmente esquecer aquele único momento mau, que talvez não fosse aquilo que eu percebi. Como é que eu consigo deixar que a minha vida seja totalmente controlada pelos sentimentos?
Tu notas quando eu tenho estes momentos. Perguntas "o que é que tens?" e aquilo parece-me tão simples que eu respondo "nada, estou apenas cansada!", porque tenho vergonha do que estou a pensar, a sentir, ainda por cima depois do dia de hoje, em que estivemos em contacto com problemas bem maiores. Eu acho que tu não acreditas, mas deixas...
Apetece-me chorar como tudo, mas não encontro uma razão válida para o fazer. Não quero chorar por uma estupidez, por um sentimento que me faz sentir repulsa! Quero comer chocolates, ver um filme romantico e chorar, porque aí já posso chorar. Quero ouvir música e chorar, por assim também posso chorar. Quero fazer um sorriso desesperado e chorar, à espera que quem eu quero que veja, veja! Quero deitar-me na cama, junto dos meus companheiros silenciosos e deixar a minha cabeça viajar pelo limiar do que é aceitável.
No fundo apenas quero passar despercebida, mas sem passar. Quero-me sentir grande, mas sem o ser. Quero chorar, mas sem que dos meus olhos caia uma lágrima. Quero entregar-lhe uma lista do que eu quero e receber tudo, mas voluntáriamente e inconsciente de que é isso que eu quero....

quarta-feira, outubro 04, 2006

Do terraço, onde o ar fresco de início de noite me arrefecia a pele dos braços e dos pés, via somente uma imensidão de casas e árvores, todas parecendo mais baixas do que eu. Mas a minha visão permitia-me apenas fixar o que estava directamente à minha frente: duas árvores do meu quintal; mais para a direita, no jardim das vizinhas, um pequeno chorão; ao longe duas palmeiras, uma mais alta do que a outra e no centro a torre da igreja da pequena vila. Por trás aparecia a lua, grande e amarela, disposta em D, como um enorme sorriso, por vezes escondida por pequenas nuvens pretas.
Eu queria que a minha máquina captasse a perfeição daquela imagem. Sim, perfeição, porque parecia um lindo quadro, famoso ou não. Mas há imagens que só se podem registar na memória, com a esperança de que para o ano continue perfeito.

(e foi com esta imagem, debaixo daquele céu tão espantosamente estrelado, que eu tentei afastar a solidão que se apoderava de mim há uma hora atrás. Penso que só a aumentei!)

quinta-feira, setembro 14, 2006

Viagem

A trovoada já não se ouvia. Os clarões que rasgavam o céu já tinham desaparecido. Ela ia sentada no carro, observando a chuva. Deu por si a fixar as gotas que escorriam pelo vidro da janela. As gotas caíam rápidas e algumas acabavam a sua curta vida espalmadas numa janela de um carro qualquer (saberiam elas o que era um carro, o que era o mundo dos humanos?), dizendo as suas últimas preces nos últimos momentos de vida, enquanto escorriam pelo vidro.
Ela deixou a mente deslisar para longe. Passaram-lhe pelo pensamento os seus dois últimos Verões e recordou-se da sua viagem pelo oceano sem fim, o rapaz de olhos verdes e costas largas; uma tenda e um grupo de novos amigos; o vizinho e o outro vizinho, o corpo moreno e os olhos amarelos. Ao mesmo tempo que a sua mente rebuscava os seus velhos tesouros, ela ouvia e cantava "I'm walking away from the troubles in my life, I'm walking away oh to find a better day". A música fazia-lhe todo o sentido e era isso mesmo que ela desejava fazer, mas ao deixar o seu pensamento repousar sobre assuntos antigos não estaria ela a fazer precisamente o contrário? Ela recordava-se bem do que tinha sofrido o ano passado.
Então, deixou que os sonhos que ela tinha para este Verão lhe inundassem a cabeça. Nesses sonhos ela não pedia nada de transcendente, eram apenas sonhos de uma adolescente, de uma rapariga que queria ser feliz. Subitamente, todos esses sonhos lhe pareceram impossíveis de concretizar, talvez pela música que agora enchia o carro. Aquela música fazia-a lembrar aquilo de que ela fugira. Mas naquele momento nada lhe parecia tão terrível e odiável como ela se lembrava. Talvez ela tivesse apenas uma necessidade de se afastar.
Abandonou aqueles pensamentos complexos e voltou a mergulhar no seu mundo de ilusão. Momentos mais tarde, ela despertou do seu transe como que de repente. Então, o mundo que a rodeava pareceu-lhe sinistramente estranho.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Vou FUGIR!


Vou fugir.
Vou voar daqui para fora,
vou esquecer os meus problemas
e vou ser feliz!

quinta-feira, agosto 10, 2006

Brisa da noite

É das coisas que mais gosto de fazer, nas noites de Verão: pôr a cabeça de fora da janela e ficar assim durante longos minutos, imóvel. Cheirar o ar poluído da capital, sentir de vez em quando uma brisa no rosto. Ficar a olhar para a vizinhança e perceber que à noite ela se torna sinistra. Observar os carros, a quietude, o inexistente escuro por detrás das luzes amarelas da cidade, cada movimento, cada luz num prédio que se acende e pouco depois de apaga. Ouvir os grilos, os cães, os sons da noite.
Sempre foi uma coisa que eu gostei de fazer, como pessoa que tem a necessidade de se isolar de quando a quando. Lembro-me de mim muito pequena, tão pequena que nem me consigo lembrar de como era, de estar a observar a lua e de mais tarde chorar juntamente com a minha mãe devido às lembranças. Antigamente fazia isto sempre acompanhada por música. Agora prefiro deixar que o desconhecido silêncio da cidade me inunde os ouvidos.

Olho para a parede onde está a minha cama, oposta à janela. Vejo seis sombras minha. Terei eu tantas fases ou até mesmo faces? Será que é a artificialidade da cidade que me deixa nua ou é ela que me deforma?
Hoje sinto-me fraca. Andei o dia todo a vaguear pela casa sem fazer nada. Apetece-me energia, mas não a consigo ir buscar sozinha. Ao mesmo tempo quero e não quero. Gostava que o fizessem por mim. Será que eu tenho de ficar sempre assim depois de um sonho de Verão?

Se vivesse no rés-do-chão e não no décimo andar, sentava-me de lado na borda da janela, com as costas encostadas e uma perna de fora a baloiçar.

Debruço-me na janela para encontrar a minha adorada constelação e para venerar a lua cheia.
As saudades apertam. Apetecia-me estar noutro sítio, voar para outro lugar. O ar livre faz-me bem, mas não gosto do ar tão quente e seco. Sinto-me mais viva quando o ar gélido me faz doer o nariz.
Gosto da natureza; faz-me sentir livre, faz-me sentir viva!

segunda-feira, agosto 07, 2006

Quero voltar

Eu quero comer croissants ao pequeno-almoço, quero almoçar um pão simples e uma maçã, fazer guerra de comida, ser atacada por vespas, quero passar a noite a espiar um casal, quero queixar-me do quarto e das casas de banho, quero andar de casa em casa à procura daquela pessoa, quero adormecer nas aulas, quero ouvir "RIDICULO" muitas vezes, quero enrolar-me a falar o meu inglês deficiente, quero passear, ficar a olhar para o céu e ver estrelas cadentes, quero ensinar palavras em português, quero fugir das pessoas, perseguir pessoas, escrever poemas, ser rebelde juntamente com os staffs, esbanjar o meu dinheiro, tirar fotografias, cantar, quero rir sem parar no meio da chuva, morrer de frio em pleno Verão, fazer amigos que não são amigos, receber uma pulseira, quero gritar, dançar, observar. Quero voltar...

quarta-feira, julho 19, 2006

Final de noite

Uma sala às escuras,
um filme de terror,
o filme várias vezes interrompido,
um, dois, três relâmpagos,
outra interrupção no filme para ver "Lost",
um relâmpago logo seguido por um enorme trovão,
um trovão ensurdecedor, de meter medo,
outro flash visível através da persiana semi-fechada,
um trovão de meter medo ao mesmo tempo
(a trovoada em cima de nós)
um certo medo,
o final do filme de terror,
uma conversa na cama sobre centopeias,
visões e impressões horríveis no escuro,
um adormecer agitado...

sexta-feira, julho 14, 2006

17 horas

Hoje foi o pior dia da minha vida nestes últimos tempos!
A única coisa que eu tinha realmente de fazer, a única coisa realmente importante, não fiz. Não foi por falta de esforço, mas sim por imaturidade e irresponsabilidade. Foi por me achar já realmente grande. Como é que em 24 horas eu não consigo fazer uma coisa que dura no máximo uma horas?!
Na lista da minha adolescência eu não tenho o objectivo de desiludir a minha mãe, então como é que isso pode estar constantemente a acontecer?
Agora já sei como se sentem aquelas pessoas que andam na rua ou no metro tristes, de cabeça baixa, com os óculos escuros a tentarem disfarçar os olhos rasos de água.
Bem, pelo menos não perdi 10 euros, como ontem.

segunda-feira, julho 10, 2006

O acordar

Por entre sorrisos e boa-disposição lá cheguei ao meu destino.

As saudades que eu tinha daquela praia
fizeram com que o mar agitado e a areia quente parecessem perfeitos.

Deixei que os minúsculos grãos de areia se colassem aos meus pés.
A água estava gelada,
mas isso não me impediu de deixar as ondas me beterem nas pernas
e molharem o fundo do meu vestido.

Eu não queria...
Eu não queria olhar para aquilo que fora todo o meu Verão passado,
mas olhei.

No início não estava lá nada
e eu procurei por todo o lado.
Depois veio a confirmação do que eu antes suspeitava:
já não estava lá... tinha sido trocado!

Primeiro a decepção e a incredulidade;
depois a tristeza e mil imagens a passarem na cabeça:

A curva bem marcada no final das costas,
os olhos amarelos, o apito a rodar,
a mão na barriga, a viola, a pele morena,
o polo com o carapuço, o cabelo despenteado,
os mergulhos esquisitos e as brincadeiras no mar,
um sorriso perfeito escondido por finos lábios...

Agora resta a recordação
e o coração vazio e apertado.
Fica a lembrança de um sonho que acabou!

quarta-feira, junho 28, 2006

Medo

Esta é a história de uma pequena menina. Durante a sua curta vida, especialmente nos últimos tempos, ela dedicara-se a construir casas para as suas bonecas.
Um dia disseram-lhe que ela teria de construir uma casa mais importante do que todas as que já tinha construído. O seu entusiasmo foi enorme, porque chegara a altura de ela mostrar que ela realmente boa naquilo que fazia.
Mas passado um tempo a pensar sobre o assunto na sua pequena cabecinha, começou a assustar-se. Até então ela só tinha construído casas para bonecas com metade do tamanho do seu dedo mais pequeno, e agora teria de construir uma casa para bonecas com a altura da sua cabeça. E o nome que davam àquilo que ela ia fazer também a deixava de pé atrás: "projecto". Era demasiado "grande" para ela, como a própria estava sempre a dizer.
Começou a ter medo e passou alguns dias a imaginar a sua nova casa, em vez de brincar com as suas bonecas.
O dia chegou e ela achou-se mais descontraída do que devia. Construíu a sua casa e esta ficou bem grande. Quando a acabou, achou que a casa estava bem bonita, apesar de achar que lhe faltava alguns pormenores. Ficou a admirar o seu trabalho e foi ficando desiludida à medida que os seus amigos detectavam muitas falhas suas. Teve uma vontade enorme de chorar!
Durante os dias em que esteve a imaginar o seu "projecto" pensou que não devia deixar que o medo a afectasse, porque isso podia complicar a sua tarefa. No final percebeu que se tinha deixado intimidar pela suposta grandeza e pelo nome do "projecto". O medo prejudicou-a. Não era tão difícil como parecia...

sexta-feira, junho 09, 2006

Há dias e dias

Há dias em que se está mais vulnerável a tudo o que se passa à tua volta. Dias em que uma conversa ou um momento ou uma simples palavra fazem toda a diferença. Para melhor ou para pior.
Hoje foi um desses dias. Desde o início que eu sentia que não ia correr bem, mas só tive essa confirmação antes do almoço.
(A música que estou a ouvir vinda da sala está a apertar-me o coração! Mas porquê?!)
Como é que um momento me pode ter arruinado por completo o dia? Para outras pessoas aquele momento passou despercebido, porque é que não podia ter sido assim comigo?
Porque é que agora tenho que andar nesta angústia constante, a tentar decifrar tudo o que acontece, para tentar perceber o que se passa, à espera de um sinal?
Será o mundo assim tão complicado ou nós é que o complicamos?
Esta semana correu tão bem, porque é que tinha de acabar assim? Porque é que isto me está a acontecer logo agora? Porque é que eu tenho toda a gente a ajudar-me e mesmo assim me sinto totalmente sozinha?
Porque é que aquela coisa me afecta tanto? Porque é que eu estou a chorar??




Tantas perguntas, nenhuma resposta...!

quinta-feira, maio 25, 2006

Rafael

É tão bom, de vez em quando, voltar ao quintal da nossa antiga casa e desenterrar o baú de lembranças que lá foi esquecido. Ontem à noite "rebusquei" o Rafael!
Rafael... Rafael... nome de anjo, o meu anjo da guarda. Não me lembro de como o conheci, deve ter sido como conheci os outros. A primeira coisa de que me lembro é de o ver na sala de costura lá de casa a falar com a minha prima. Pelo que eu consegui perceber na altura, a conversa não foi pacífica, porque acho que eles andavam e as coisas não acabaram muito bem por culpa dela. A partir daí a relação entre eles não ficou a melhor.
Depois, há um grande espaço branco na minha memória... Nós só nos viamos de vez em quando, porque só estavamos juntos em Vouzela e ele costumava passar lá por casa com os amigos e a minha avó adoráva-o.
Aquilo de que me recordo são de pequenos momentos que me marcaram. Ele ajudou-me a dizer "não" àquele rapaz que só me chateava; jogámos ping-pong a pares e ele era o meu companheiro... esse jogo foi de chorar a rir e no fim acho que perdemos; e o que eu agora mais gosto é o momento em que ele me pegou ao colo, como os noivos pegam nas noivas na noite de núpcias, no meio da rua principal de Vouzela, e eu na altura detestei. Mas o que fazia dele uma pessoa ainda mais especial é que eu estava super à-vontade com ele e não tinha que me preocupar com nada. Ao contrário do que acontecia com as outras pessoas de Vouzela, em que, quando estávamos juntos, a conversa não existia e o silêncio era o que imperar, com o Rafael era diferente, havia sempre mais alguma coisa para dizer! Lembro-me de quando no encontrámos junto ao comboio, no dia em que a Joana e a Sara começaram a fazer palhaçadas, em que a surpresa foi imensa e a conversa fluiu naturalmente e não houve tempo suficiente para dizer tudo o que desejávamos.
Lembro-me também daquele dia em que ele lá foi a casa visitar-nos e depois fomos dar uma volta, para tentarmos encontrar a minha irmã. Aquele passeio foi perfeito...
A última vez em que estivemos juntos tempo suficiente foi há algum tempo, em casa de um amigo. Ele já tinha bebido de mais e ficou um bocadinho descontrolado, mas no fundo nada passou da amizade.
Eu fui apaixonada por ele! Não no sentido literal da palavra, mas eu tinha realmente um grande carinho por ele. E foi esse carinho que me fez acabar com uma noite que se adivinhava quase perfeita. Foi esse carinho que ontem à noite me fez levantar da cama, mesmo tendo visto as minhas enormes olheiras momentos antes, para que ele perdure e não seja apenas mais uma lembrança dentro do baú das lembranças do passado. O meu querido Rafael...

sexta-feira, maio 12, 2006

Parabéns

O meu refúgio fez há 30 dias um ano de existência. Este é o meu centésimo texto aqui exposto. É umano de uma vida; são cem textos numa história. Se juntarem cada segundo destes últimos 395 dias e cada palavra destas 100 publicações, eu vou ficar nua, desprotegida, totalmente exposta, porque aí está tudo o que eu sou, todas as formas que eu posso tomar, "cause this words are my diary".
Neste meu refúgio encontram-se contradições, falhanços, fúria , trsiteza, desorientação, preocupação... Mas há também convicções, alegrias, amor, inspiração, gratidão. Aqui está presente um turbilhão de emoções. Emoções de um ano, emoções de todos os dias.
Durante este ano descobri muito de mim e dei-me a conhecer. Surpreendi-me a mim própria, acreditei. Mudei. Sinto-me mais madura e ao mesmo tempo mais criança, porque já não me importa fingir uma coisa que não sou, porque me aceito melhor.
Aprendi que não se deve ter vergonha de chorar e que até o devemos fazer mais vezes. Devemos rir o mais possível.
Aprendi que partilhar o que sou pode ser muito mais maravilhoso do que alguma vez imaginei.
Aprendi a ser eu própria.

quinta-feira, abril 06, 2006

Reviravolta

No outro dia estive a ver vários textos antigos do meu blog. Não há dúvida de que eu, nestes últimos tempos, tenho vindo a perder a inspiração. Mas gostei de textos que escrevi que se calhar na altura não tinha gostado tanto.

Li os textos da altura difícil que eu passei. Começou depois das férias do Verão, foi o que eu consegui perceber. Só não percebo porque aconteceu... Talvez por ter chegado à conclusão, depois de umas férias magníficas, que não queria crescer mais, que gosto de estar assim, a complicar aquilo que é simples, a poder cometer erros sem que eles tenham consequências demasiado negativas. Então foi como se desistisse.
Os dias passavam devagar e enfadonhos, a diversão começou a desaparecer aos poucos, a irritação apareceu na máxima força. A verdade é que eu estava mal e sentia que estava totalmente sozinha. Aquilo que me fazia sorrir eram coisas que a maioria considera insignificantes, algumas até irreais. As conversas eram poucas, o convívios lá ia acontecendo. Estar no meio do meu grupo de amigos era como não estar, porque não sentia qualquer apoio, porque mantinha a minha cabeça bem longe dali.
Parece que às vezes, quando uma pessoa está mal, por mais ajuda que lhe ofereçam, ela prefere sempre continuar a afundar-se, porque parece mais fácil. Porque começamos a afastar-nos dos outros e talvez do mundo e depois quando nos ajudam é algo estranho que vem de fora, por isso é mais fácil recusar.
Eu consegui sair do meu poço que se fazia adivinhar bem fundo e sombrio. Sinto também que o fiz muito sozinha, com a minha força de vontade e esperança, apesar da ajuda que talvez me ofereceram. Mas houve pessoas que nunca deixaram de estar comigo e disso eu tenho a certeza.
Eu consegui. E os outros que não conseguem? Eu sei que é difícil dar a volta por cima, e eu ainda via a luz do sol, mas e os outros que estão muito mais para baixo, escondidos naquele escuro sinistro?

domingo, abril 02, 2006

Lua

Ontem um sorriso pintou o céu.

Naquele céu preto, em parte coberto por nuvens talvez cinzentas escuras, uma linha curva iluminada dava outra beleza à noite.
A lua estava tal como eu a adoro: uma simples e fina linha mas mesmo assim grande e laranja. E como estada disposta em forma de U e não de C ou D como é usual, parecia um maravilhoso sorriso que tornava ainda mais perfeita aquela noite.

Não há dúvida que um simples pormenor consegue mudar o meu estado de espírito.
Ontem um sorriso pintou o céu!

quarta-feira, março 29, 2006

Realmente, o meu feitio é horrível. É impressionante como as pessoas me irritam facilmente.

Mas o que mais me irrita é que elas têm prazer nisso.

Sinceramente, dá-me mais prazer fazer uma coisa que acho difícil de conseguir. Mas há pessoas demasiado "lerdas" para isso.


Outra coisa, que venho a suportar cada vez menos, são as pessoas cínicas. Mas não as simplesmente cínicas, as super-hiper-cínicas! Não irrita? Detesto...



Tenho tido pouco tempo para escrever aqui, com muita pena. Chega a uma altura em que o tempo é pouco e que o tempo que resta só apetece ser passado no sofá.

sexta-feira, março 17, 2006

Bem, esta semana houve de tudo. Um dia em que o meu espírio estava no seu auge, outros em que esteve num nível mediano e hoje estive melancólica e deprimida. Dias de sol, dias de calor, dias de frio e dias de chuva. Um céu azul celeste, um céu cinzento, à noite iluminado pela grande e cheia lua ou fechado por nuvens.
Pode-se dizer que foi uma semana preenchida.

Já tinha saudades do calor do sol a queimar-me a pele. Terça-feira foi um dia maravilhoso. Estava cheia de energia, bem-disposta, estive a apanhar sol durante uma hora e ri, sorri e ri.
Realmente, não há nada melhor do que um dia de sol, a fazer prever uma excelente Primavera, para animar uma pessoa.

Na quarta-feira a história foi diferente. Tive que levar casaco, porque tinha arrefecido e isso notou-se de manhã, quando saí do carro. Assim que saí e expirei pela primeira vez, vi aquele "fuminho" branco sair-me da boca. Sempre que isto me acontece, não consigo evitar pensar, isto desde o Natal, nos jogadores de futebol, só porque vi um jogador de quem gosto a fazer isso num jogo, e eu, ao mesmo tempo, em casa tentei fazer o mesmo! RIDÍCULO!!!!

Hoje... bem, a história foi bem diferente. Depois do habitual esforço físico, perdi toda a energia. Eu gosto de chuva, mas sem dúvida que ela afecta negativamente o meu dia.
Ultimamente tenho tido o desejo de jogar futebol à chuva. "Parece mais real", é a minha desculpa. Mas a verdade é que quando chove às sextas tenho sempre este mesmo desejo.
Outro desejo, que já vem de há mais tempo, é ficar deitada na relva a sentir a chuva bater-me na cara e ficar encharcada.
Às vezes gostava de ser artista. Poder ficar no quarto, sentada em cima da secretária, com um caderno de desenhos sobre as perna cruzadas e deixar deslizar o carvão sobre o papel ao ritmo da minha imaginação. Poder desenhar o mundo que eu tenho à minha volta e orgulhar-me do meu trabalho...


Agora estou melhor. Talvez o meu Angel me tenha ajudado, talvez...

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Nascera uma menina. Uma linda menina, desde sempre sorridente. Ela era pequena, loira e esbelta. A sua vida sempre foi de beleza, porque ela acreditava que tudo era belo. A tristeza nunca se apoderava dela, passava apenas por ela como uma brisa.
Com ela nascera uma irmã. Incrivelmente, uns rebeldes caracóis negros cobriam-lhe os olhos tingidos de um azul tenebroso. A vida dela era totalmente contrária à da irmã. Vivia sempre carrancuda, triste e melancólica. Nunca tinha sido de outra maneira.
Apesar de tão diferentes, as irmãs eram as melhores amigas e totais confidentes.
Um triste dia, já as meninas tinham idade para andarem sozinhas, perderam o pai, num drástico acidente de trabalho. Ficaram orfãs, visto que tinham perdido a mãe no dia em que o primeiro ar lhes encheu os pulmões.
A irmã que andava sempre bem-disposta entrou numa enorme depressão e a sua beleza foi-se desvanecendo dentro daqueles olhos profundos, ora totalmente secos, ora sempre a transbordar, e daquelas longas e carregadas olheiras. A irmã e amiga deu tudo de si para a resgatar dentro daquele enorme poço sem fim. Chorava a sua tristeza dentro de si, sozinha. Aquela que raramente sorria estava sempre a disposta a fazê-lo para a irmã, muito sinceramente.
A tia, com quem elas tinham ido viver, nada podia fazer por elas, porque elas afastavam-se dos outros. Todos diziam que a pequena não iria conseguir ultrapassar todo aquele sofrimento e que a irmã iria atrás dela. Só a tia mantinha a fé nas suas "pequenas".
Juntas conseguiram pôr tudo para trás das costas. As cicatrizes? Essas permaneceram, mas foram disfarçadas ou embelezadas por elas.
A pequena, sempre loira, recuperou toda a sua beleza e simplicidade, e retomou o seu espírito alegre, aberto e aventureiro.
Os olhos azuis da sua irmã tornaram-se mais doces e suaves, os caracóis foram postos para trás e isso permitiu descobrir toda a sua beleza selvagem, antigamente escondida. Ela adoptou um pouco o espírito da irmã e o optimismo e a esperança reinaram em si.
Desde esse tempo que as irmãs ficaram ainda mais inseparáveis.

terça-feira, janeiro 31, 2006

Fim-de-semana dos Coutinhos

Sábado foi um dia bastante preenchido.
A mamã fez anos, então decidi levantar-me mais cedo para lhe ir comprar flores.
Depois da agitação da manhã, partimos todos para Évora, rumo a mais um fim-de-semana em família.
A viagem foi tranquila. Fomos pela ponte Vasco da Gama! Eu adoro aquela ponte, baixa, junto ao rio, agradável. Já no Alentejo, os campo verdes deliciavam-me a vista. Aquelas colinas redondinhas e pequenas, com pequenos amontoados de flores brancas a fazerem-se contrastar naquele imenso verde, eram de uma beleza imensa, que se tornava ainda maior com aquele esplêndido sol que brilhava no céu todo azul.
Durante o almoço, houve uma grande surpresa. A organizadora realizou uma fantástica apresentação com os melhores momentos daqueles fins-de-semana e conseguiu surpreender as 47 pessoas que ali estavam.
Para a tarde seguiu-se o habitual passeio pelas redondesas, para se conhecer um pouco mais a zona.
Depois de grande emoção durante a noite, a cama esperava por mim. O pequeno quarto estava totalmente ocupado por quatro camas e a noite foi bem animada.
Já no domingo, o tempo não estava bom. Chovia quando acordámos. O pequeno almoço, como todos os anos, foi magnífico. Mas o mais lindo foi quando vimos a chuva ficar cada vez mais lenta e grossa e começou a nevar. Não podia ter havido surpresa maior.
As fotografias foram uma atrás das outras, as brincadeiras foram as mais diversas, a diversão foi total.
Estava na hora de regressar, pois os carros já estava todos branquinho, assim como as árvores. A estrada estava a começar a ficar perigosa.
No nosso regresso, as colinas que antes eram verdes com pequenas florzinhas brancas, estavam agora brancas com pequenos círculos verdes, devido à protecção dos sobreiros.
O almoço já foi cá em Lisboa, mas permanecemos quase todos juntos. O que tornou tudo aquilo ainda mais perfeito foi a neve que começou a cair.
O fim-de-semana não podia ter sido melhor.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Hoje senti-me realmente bem! O que posso considerar esquisito, dadas as circuntâncias.
Acordei farta de tudo. Ter de acordar cedo e de começar a rotina era tudo o que não me estava a apetecer, e ponderei a hipótese de ficar em casa.
Não fiquei e ainda bem. Sem fazer nada de especial, começei a sentir-me bem melhor. Bem-disposta, optimista, esperançosa, contente e sei lá mais o quê.
O dia correu na perfeição. A assimilar coisas, a pôr conversas em dia, a aprender coisas novas, a fazer algo que num dia normal nunca faria.
Não deixei de ser eu, isso não, mas o meu eu estava diferente, mais alto.
De roupa toda nova-calças, camisola, botas e até cuecas- e as costas menos sobrecarregadas, a única coisa que me incomodou foram as borbulhas na cara. Ultimamente, têm aparecido aos milhares! O dermatologista diz que esta repentina aparição pode ser a consequência de um stress, grande, de à dois ou três meses. E para mim faz todo o sentido. Por isso, aconselho vivamente a não terem stress despropositados e insignificantes, que, tal como uma bola de neve, vão crescendo até tomarem dimensões enormes, se não as borbulhas atacam-vos!

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Previsões para 2006

Sem tempo para actualizar mais regularmente o meu blog, deixo-vos a previsão do meu signo para 2006 e a promessa de que brevemente vos faço uma vizita.


Os nativos de Balança são influenciados pela Carta nº 8 do Tarot, A Justiça, que significa Justiça.

Previsão geral para 2006
Excelente ano para alcançar os objectivos que pretende concretizar. Esta é uma fase em que as oportunidades virão ao seu encontro e o seu espírito encontra-se preparado para elas, pois a sua vitalidade e optimismo perante a vida serão uma constante e permitir-lhe-ão abraçar o sucesso.
Verá agora a recompensa do esforço despendido no desenvolvimento da sua carreira profissional. Alcançará o êxito e o sucesso manter-se-á, pois de tudo fará para garantir a sua felicidade e bem-estar a este nível.
A nível emocional encontra-se muito mais amadurecido e estável e preocupar-se-á em manter a alegria e a criatividade presentes na sua vida. Terá necessidade de emoção na sua vida. Este desejo pode ser traduzido num risco, e também num grande desafio que lhe permitirá alcançar um maior conforto e harmonia.
A nível de saúde, são de assinalar alguns cuidados especiais, nomeadamente no que respeita à alimentação. A prática de exercício físico deverá ser algo a considerar. Uma cirurgia pode ser necessária; isto pode assinalar um período de tempo no qual irá aperfeiçoar alguns dos cuidados de saúde e objectivos de vida que não concretizou antes.
Os relacionamentos estão favorecidos. Pode ser uma altura benéfica para efectuar alterações de modo a que o relacionamento que vive seja mais de acordo com a sua identidade

Traços Gerais:
Os nativos de Balança são pessoas muito afáveis e espalham charme por onde passam. Apreciam tudo o que é bonito e dão grande importância ao vestuário. O gosto por peças de arte constitui um dos seus maiores interesses.
São mediadores e defendem até às últimas consequências aquilo em que acreditam, no entanto são muito justos e leais, não se deixando enganar por falsas aparências. Reconhecem quando não têm razão e como são extremamente equilibrados estão sempre rodeados de bons amigos.
A nível sentimental são capazes de se valer de todo o poder de sedução que têm e o romantismo encontra-se sempre presente. Como são muito inteligentes e observadores, nada lhes passa ao lado, nem mesmo os mais pequenos detalhes.
Outra característica, de que se orgulham, prende-se com o facto de serem muito responsáveis no que fazem e quando cometem erros, sabem perfeitamente onde erraram e prontamente tentam corrigir a falha cometida.
A nível familiar, prezam muito a paz, a união e a harmonia entre todos os familiares.

Mulher: A mulher de Balança é muito meiga, carinhosa e sensível. Trata todos os que a rodeiam com muita gentileza, e gosta que a tratem da mesma maneira. O homem que deseje conquistar uma mulher de Balança, deverá ser afectuoso e carinhoso e terá que a tratar como se fosse uma rainha.
Vaidosa e não resiste à oferta de uma jóia ou um de perfume de boa marca.

Planeta Regente do Signo:
Vénus - Representa a atracção, o amor, a paixão e a beleza. Desenvolve sentimentos profundos e ajuda a ultrapassar problemas amorosos.
Aqueles que nascem sob a sua influência apreciam a arte e a beleza, são carinhosos e apaixonados.

Elemento do Signo
Ar - Representa a rapidez, a inteligência e o talento. Este elemento relaciona-se com tudo o que diz respeito à racionalidade e à inteligência. Os nativos dos signos que pertencem ao elemento Ar (Gémeos, Balança e Aquário) são inteligentes, curiosos e adaptam-se com muita facilidade a novas situações.
Detestam a monotonia, são impulsivos e idealistas.
Estes nativos sentem uma atracção especial por nativos do elemento fogo, porque enquanto os primeiros idealizam os planos e projectos, os segundos têm a energia suficiente para os pôr em prática.

(Devo dizer que, por mais estranho que possa parecer, acertaram em muitas das coisas que aqui estão escritas.)

domingo, janeiro 08, 2006

Olhando o mar, sonho sem ter de quê.
Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.
Mas de se nada ver quanto a alma sonha!
De que me servem a verdade e a fé?

Ver claro! Quantos, que fatais erramos,
Em ruas ou em estradas ou sob ramos,
Temos esta certeza e sempre e em tudo
Sonhamos e sonhamos e sonhamos.

As árvores longínquas da floresta
Parecem, por longínquas, 'star em festa.
Quanto acontece porque se não vê!
Mas do que há pouco ou não há o mesmo resta.

Se tive amores? Já não sei se os tive.
Quem ontem fui já hoje em mim não vive.
Bebe, que tudo é líquido e embriaga,
E a vida morre enquanto o ser revive.

Colhes rosas? Que colhes, se hão-de ser
Motivos coloridos de morrer?
Mas colhe rosas. Porque não colhê-las
Se te agrada e tudo é deixar de o haver?

Fernando Pessoa

quarta-feira, janeiro 04, 2006

2006

Ai, tenho tanta coisa dentro de mim, tanta coisa para escrever, mas não me sai nada. Pareço um vulcão cheio de lava lá dentro, mas que não entra em erupção. É frustrante.

Bem, só vos desejo um excelente 2006 e espero que consigam aproveitar ao máximo estes 361 dias que ainda faltam.
E que 2006 seja mais pacífico do que os outros anos, que Portugal melhore a sua economia e a sua política, e já agora a educação, que bem precisa. Espero que as férias durem muito tempo. E que saibamos todos aproveitar aquilo que temos e que consigamos esquecer aquela que dizem ser a palavra mais conhecida dos portugueses, a saudade.
Quanto a mim, espero conseguir voltar um bocadinho mais ao mundo da realidade, sorrir mais, chorar menos, ter menos desilusões, ligar menos a parvoíces, viver muitas emoções, realizar os meus sonhos, admirar ainda mais a natureza... Resumindo, viver ao máximo.

Desejo o melhor para todos vocês, porque de certeza que merecem.