segunda-feira, outubro 30, 2006

Música

Hoje tive que fazer um exercício engraçado. Ouvia uma música e depois tinha que escrever o que quer que fosse acerca dessa música, o que me viesse ao pensamento.
A música era a Estrela do Mar, do Jorge Palma. Linda música que fez despertar em mim emoções passadas.
O meu mais longo sonho de Verão despertou e a minha imaginação correu, mais uma vez, mundos sem fim.
A vontade de voltar é enorme. Penso que nunca foi tão grande. Naquela altura tudo era simples, fácil. Nestas últimas semanas o tempo parece que custa a passar e só apetece vir para casa, deitar-me na cama e desligar a cabeça para não pensar, apenas sonhar. Não me importava que a minha vida fosse feita à base de sonhos!


Esta música despertou o meu lado mais secreto. Qualquer outra música poderia ser aplicada noutra altura da minha vida. Todas as músicas, ouvidas com atenção, se conseguem ligar a episódios da nossa vida. É preciso é deixá-las entrar.

sábado, outubro 21, 2006

Continuar

Os últimos dias foram essenciais.
Foi como se tivesse acordado para a vida real. Saí do meu mundo e vaguei pela realidade para descobrir a normalidade das coisas.
Não ouvi as palavras que queria, mas na minha cabeça continuava tudo igual.
Mas agora, já sei que posso seguir em frente, sem remorsos.
Dentro de mim eu quero dar uma volta de 180º graus. Sinto-me totalmente preparada para isso. Já mudei, hoje notei que sim. Vamos esperar para ver nos próximos dias.

quarta-feira, outubro 11, 2006

coNtradiçÃO

Hoje fiz aquilo que já queria fazer há algum tempo. Arrependi-me, de certa forma. Mas em todos os dias até hoje eu vivi um arrependimento constante. No fundo queria mas não queria, não queria mas queria!
Agora só me apetece estar a desejar o impossível, basear a minha vida vivida num sonho. Curiosamente, isso era tudo o que eu menos queria na altura em isso acontecia. O que me está a provocar a minha dor recente foi o que me salvou da minha dor passada!
Depois de tudo, eu só desejava que a atenção não se centrasse naquelas palavras que foram tão custosas a sair, só queria que aquilo permanecesse para sempre na mente!
Ontem eu imaginava dois cenários possíveis, na minha cabeça. Os dois eram totalmente opostos, um que me fazia feliz, o outro que me deprimia. O meu mundo, aquele no qual só eu existo verdadeiramente e tudo o resto é imaginado, vai de um extremo ao outro, mas a minha visão nunca pára no meio dos dois extremos. No meu mundo eu só vejo o 8 ou o 80, o bom ou o seu contrário.
Dói quando é a parte má que ganha....

terça-feira, outubro 10, 2006

Sabes como é que eu me estou a sentir neste momento? Sabes o quão podre me estou a sentir agora? Não é o corpo, apesar dele também se estar a ressentir, mas sim a mente, o espírito. Estou a morrer por dentro, o que é incompreensível depois deste dia magnífico que eu passei. Sinto-me tão mal por ter estes momentos, por não me conseguir controlar, por não conseguir agarrar as coisas boas e simplesmente esquecer aquele único momento mau, que talvez não fosse aquilo que eu percebi. Como é que eu consigo deixar que a minha vida seja totalmente controlada pelos sentimentos?
Tu notas quando eu tenho estes momentos. Perguntas "o que é que tens?" e aquilo parece-me tão simples que eu respondo "nada, estou apenas cansada!", porque tenho vergonha do que estou a pensar, a sentir, ainda por cima depois do dia de hoje, em que estivemos em contacto com problemas bem maiores. Eu acho que tu não acreditas, mas deixas...
Apetece-me chorar como tudo, mas não encontro uma razão válida para o fazer. Não quero chorar por uma estupidez, por um sentimento que me faz sentir repulsa! Quero comer chocolates, ver um filme romantico e chorar, porque aí já posso chorar. Quero ouvir música e chorar, por assim também posso chorar. Quero fazer um sorriso desesperado e chorar, à espera que quem eu quero que veja, veja! Quero deitar-me na cama, junto dos meus companheiros silenciosos e deixar a minha cabeça viajar pelo limiar do que é aceitável.
No fundo apenas quero passar despercebida, mas sem passar. Quero-me sentir grande, mas sem o ser. Quero chorar, mas sem que dos meus olhos caia uma lágrima. Quero entregar-lhe uma lista do que eu quero e receber tudo, mas voluntáriamente e inconsciente de que é isso que eu quero....

quarta-feira, outubro 04, 2006

Do terraço, onde o ar fresco de início de noite me arrefecia a pele dos braços e dos pés, via somente uma imensidão de casas e árvores, todas parecendo mais baixas do que eu. Mas a minha visão permitia-me apenas fixar o que estava directamente à minha frente: duas árvores do meu quintal; mais para a direita, no jardim das vizinhas, um pequeno chorão; ao longe duas palmeiras, uma mais alta do que a outra e no centro a torre da igreja da pequena vila. Por trás aparecia a lua, grande e amarela, disposta em D, como um enorme sorriso, por vezes escondida por pequenas nuvens pretas.
Eu queria que a minha máquina captasse a perfeição daquela imagem. Sim, perfeição, porque parecia um lindo quadro, famoso ou não. Mas há imagens que só se podem registar na memória, com a esperança de que para o ano continue perfeito.

(e foi com esta imagem, debaixo daquele céu tão espantosamente estrelado, que eu tentei afastar a solidão que se apoderava de mim há uma hora atrás. Penso que só a aumentei!)